O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o delator Mauro Cid, confirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente discutiu e revisou minutas de documentos para decretar Estado de Sítio ou Estado de Defesa no país, no final de 2022, com objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por outro lado, Cid disse não ter qualquer conhecimento de que Bolsonaro tenha se envolvido em ações preparatórias para os atos de 8 de janeiro de 2023, quando radicais invadiram as sedes dos Três Poderes. Cid disse nunca ter ouvido conversas sobre isso no governo anterior.
As declarações ocorreram em depoimento dentro do processo criminal aberto contra Bolsonaro e outros sete réus acusados de integrar o “núcleo crucial” que teria liderado uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas últimas eleições.
Nesta terça-feira (10/06), os depoimentos dos réus foram retomados às 9h. Bolsonaro está entre os que irão depor.
A tentativa de ruptura democrática, segundo a acusação da Procuradoria Geral da República, teria começado com a campanha contra o sistema eletrônico de votação e culminado nos ataques à sede dos Três Poderes em janeiro de 2023. Todos negam as acusações, e Bolsonaro diz que é vítima de perseguição política.