A COP30 começa nesta segunda-feira, 10, no Pará, marcando a primeira vez que a Amazônia sedia a mais importante conferência climática do planeta. Dos 198 países signatários do Acordo de Paris, apenas 104 apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) atualizadas para 2035, segundo dados do Climate Action Tracker atualizados em 9 de novembro.
Isso significa que a conferência começará sem quase metade das metas climáticas que deveriam estar sobre a mesa. Das pouco mais de 100 nações que submeteram NDCs, apenas 2 propuseram cortes de emissões à altura de sua real capacidade e responsabilidade climática, compatíveis com as chamadas “trajetórias domésticas” – modelos científicos que calculam qual deveria ser a contribuição proporcional de cada país para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Esses modelos consideram fatores como responsabilidade histórica pelas emissões, capacidade econômica e estágio de desenvolvimento de cada nação. Na prática, isso significa que um país rico e industrializado deveria ter metas mais ambiciosas do que uma nação em desenvolvimento com baixas emissões históricas.
A organização da COP30 ainda não divulgou o número final de delegações que estarão presentes na conferência. Contudo, 89 nações ainda não submeteram suas metas climáticas para 2035; e 10 países sequer apresentaram algum esboço de compromisso atualizado.
Ao avaliar que as NDCs apresentadas até agora, o secretário-geral da ONU, António Guterres, foi enfático: elas não são suficientes. Atualmente, os compromissos climáticos colocam o mundo em uma trajetória de aquecimento entre 2,3°C e 2,5°C até 2100, muito acima do limite considerado seguro pela ciência.
“As novas NDCs entregam apenas uma redução de 10%. Precisamos de um plano de aceleração para fechar as lacunas na ambição e implementação”, declarou Guterres, que também discursará na abertura do evento em Belém.

