Morreu o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, aos 81 anos, nesta sexta-feira (23). A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado por ele e sua esposa, Lélia Wanick. O fotógrafo morreu em Paris. A causa da morte não foi divulgada.
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, descreveu o texto.
Nascido em 1944 em Minas Gerais, ele deixa dois filhos. Salgado iniciou sua carreira em 1973 já visitou mais de 100 países para desenvolver projetos de fotografia.
Reconhecido internacionalmente por seu trabalho, Salgado ficou marcado pelo registro de seres humanos vivendo em condições sub-humanas. Seu trabalho denunciou as mazelas da sociedade em mais de 40 países e chamou a atenção para a importância da justiça social e da preservação do meio ambiente.
O fotógrafo também se dedicou a registrar a vida de migrantes, desabrigados e refugiados nos livros Exôdos e Retratos de Crianças do Êxodo. Para o projeto, ele viajou durante seis anos por mais de 40 países. Salgado vivia com sequelas de uma doença sanguínea causada por malária tratada inadequadamente na Indonésia e problemas na coluna causados por uma mina terrestre em Moçambique.
O fotógrafo ficou conhecido por seu inconfundível estilo em preto e branco e por capturar a essência humana e natural em seus trabalhos. Sua carreira abrangeu décadas documentando com profundidade guerras, crises humanitárias e as belezas naturais do mundo.