O Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casa de Saúde e Estabelecimentos de Saúde da Região Norte Fluminense (SibdhNirre) denunciou em reunião no início da semana que há uma dívida de repasses por parte da prefeitura que chega a mais de R$ 100 milhões. No entanto, a Secretaria de Saúde de Campos, negou que haja uma dívida com as instituições no município. “Nos últimos quatro anos, foram destinados mais de R$ 1,16 bilhão à rede de saúde contratualizada – o maior investimento já realizado na história pelo município no setor”.
O secretário Paulo Hirano não descarta a existência de dívidas; mas estranha o montante: “Podem haver, sim, da gestão do prefeito Raphael Diniz. No entanto, os valores nunca nos foram apresentados. Quanto aos repasses, a atual gestão está em dia; é natural até que possa haver algum atraso; porém, apenas de dias. Sempre estivemos e continuamos abertos ao diálogo”.
O sindicato confirma um passivo desde 2016, quando o prefeito era Raphael Diniz, e aponta uma soma da atual gestão. No entanto, Paulo Hirano garante que não existe nenhuma documentação que comprove essa dívida junto ao atual governo: “Esses supostos valores podem ser dívidas oriundas da gestão Rafael Diniz. Conforme eu já afirmei, no caso da nossa administração, estamos em dia”, diz ratificando nota divulgada na noite dessa quarta-feira (30).
O texto assinala que com a expansão e melhorias de infra estrutura da rede própria, parte dos serviços contratualizados está sendo incorporada à estrutura municipal, sem prejuízo ao atendimento da população. “A secretaria reafirma seu compromisso com a responsabilidade fiscal, a transparência e o fortalecimento do SUS em Campos”.
Na última terça-feira (29), o sindicato realizou reunião para avaliar a situação. No início de abril, médicos da Santa Casa de Misericórdia reclamaram atrasos nos salários. O governo municipal informou que estava em dia com os repasses e o provedor do hospital, Carlos Machado, teria reconhecido a dívida com os profissionais, alegando que os atrasos se devem a necessidade de reestruturação de administrativa e financeira na unidade.
A reunião extraordinária do SibdhNirre aconteceu na Fundação Benedito Pereira Nunes; teve o propósito de esclarecer informações de que os hospitais seriam responsáveis pela falha na transferência de recurso do SUS (Sistema Único de Saúde) aos profissionais.
“Os hospitais filantrópicos enfrentam uma crise financeira prolongada; os atrasos estariam comprometendo a capacidade de atendimento das unidades de saúde de Campos”, relata a entidade apontando que são responsáveis por aproximadamente 80% dos atendimentos realizados no sistema em Campos; envolvendo, ao todo, cerca de três mil funcionários administrativos e assistenciais, além de cerca de 800 médicos.
“No momento, há R$ 1,2 milhão em auditoria técnica, etapa rotineira que antecede a liberação dos valores, e R$ 1,68 milhão com pagamento previsto para a próxima competência”, assinala Hirano adiantando que também está em negociação R$ 1,95 milhão referente a contratos mantidos exclusivamente com recursos do município, com parte já quitada neste mês.
Com informações de O Dia
Foto: Secom PMCG